BECO
A poesia é o beco
Que responde ao meu imediatismo
Ao pulso
À minha sede de caos
E vou fazendo versos
Enquanto o esmalte não seca
Repondo o vazio das ânsias
Vibrando o cordão da vida
Sob pausas tristes
Contínuas
Inesperadas
Em tom de tambores e marchas
Adio a rima pra quando der
E se o soneto vier
E o poema cantar
Vou banhá-lo dele mesmo
Vou cristalizar a euforia sentida
De quando tudo estiver pronto
E intacto
Enfeitado
E tonto
Morto, o corpo
Largado no beco
Que responde ao meu imediatismo
Ao pulso
À minha sede de caos