EGO (*)
Viajo num espaço imenso
Paisagem de silêncio
Onde me tocam forma e significado.
Há uma voz que ouço, mas é minha
Só minha.
Intramuros há pessoas sorridentes
Felizes em seu sono ardente...
Paz
Quanta paz oculta nesses quartos!
Eu, viajo só nessa viagem de veleiro
Que tem como futuro água e vento.
Que escuna desatenta ou outro barco ausente
Me pressente?
Haverá um ser, dormente ou acordado
Para verificar o meu passeio desmaiado?
(*)Publicado originalmente em O Velho Testamento, ed. do autor, 1988.