Noite

Observo-te! ... Teu campo, teu domínio

Tua grandeza, tua proporção

Causa em mim, um tal fascínio

Que me entrego à contemplação...

Um oceano negro, salpicado

Reluzindo um brilho desigual

Em cada ponto teu, que é prateado

Há uma incerteza natural

Envolve a Terra com simplicidade

Interfere no comando da razão

Negas ao mundo tua claridade

Pois teu segredo habita a escuridão

Os astros, súditos de teu reinado

São carícias, em teu revolto manto

Inspiram mistérios velados

Que chagam a causar-me espanto...

Sugere sempre o desconhecido

Incita toda a sensibilidade

Dominas o rumo de quem foi vencido

Pela fraqueza da curiosidade...

Causa-me inquietação

Quase um medo de te conhecer

Receio tua força, tua solidão

Quando te afastas ao amanhecer...

Céu... Infinito... Paraíso!

Quem sabe o que és realmente

Permaneces num ato conciso

Acolhendo este planeta incoerente...

Meus olhos brilham ao observar-te

Porto de almas infantis!

Meu coração deseja revelar-te

O quanto na verdade, o faz feliz...

Priscila de Loureiro Coelho
Enviado por Priscila de Loureiro Coelho em 18/04/2005
Código do texto: T11880