NÃO DIGAS
Não digas como eu pareço
Na verdade, sou o contrário
Do que mostra a aparência
Avalia-me pelo avesso
Lá estará minha essência
Não digas se sou diferente
É minha opção ser assim
Ainda que o mundo enfrente
Vivo feliz comigo mesmo
É essa força dentro de mim
que motiva-me falar a esmo.
Não digas saber o que penso
Até para mim isso é incógnita
Por mais que eu pareça tenso
Não demonstro meu interior
Sou bem mais imprevisível
Não me julgues, por favor!
Não digas que me compreende
Pois nunca irás me conhecer
Nem mesmo eu próprio entendo
As ambigüidades do meu ser
Desculpe a imagem que vendo.
Não digas que já percebia
Não podes ver o oculto
Os olhos da hipocrisia
Só dão acesso a um vulto.