A NOITE DE UM POEMA

por Regilene Rodrigues Neves

Respirei cheiro de lua

Dentro da noite febril

Sua brisa em meu corpo

Fazendo caricias

Provocando minha pele

Que ardia em seu calor

Quente de desejos

Quis sentir a noite dentro de mim

Quis provar o sabor da sua boca

Cheia de fantasias

Nelas escorriam beijos

Em lábios de sonhos...

Em teu colo

Sentir o abraço

Envolto de estrelas

Fascinadas de magia...

Quis me entregar

Ao teu encantamento

Soprando sentimentos

Soltos no firmamento

Nesse átimo de utopia...

Em prece de uma epopéia

Gritando sua ode do infinito

Nosso encontro fito num olhar

Perdidamente tomado de poesia...

Tornei-me amante

Quando seu êxtase de luxuria

Escorreu do universo no meu corpo

Tomou meu olhar em tua magnitude

Possuiu-me de um poema...

Derramou em minha alma seu ópio

De noite entorpecida...

Enamorei-me de ti

Caminhei em tuas ruas

Cheias de versos dormindo

No imaginário de um poeta

Colhendo estrofes do seu íntimo

Para adorar a tua beleza

Solta no espaço...

Algumas sombras de nuvens esguias

Passeando em sua silhueta de mistérios

Alguns segredos vestindo seu corpo de sonhos...

A poesia dormindo em seu domínio

Escrevendo estrofes de fascinação no meu corpo

Numa relação poética possui meus sentidos

Sinto teu cheiro de noite febril

Teu gosto de beijo

Deixado em meus lábios

Um sabor de mil fantasias

Na minha boca

Provando nos meus olhos

A sensação íntima de uma poesia

Desnuda entre nós...

Em 19 de setembro de 2008