QUANDO

Quando passares pelo meu caminho

E encontrares a cruz abandonada

Atira nos seus braços, com carinho,

Uma flor, mesmo que despetalada.

Sou eu que durmo o sono derradeiro,

Sou eu que fui para a última morada.

Por mim, não chores... Não sou o primeiro

A alimentar os vermes dessa estrada.

Se nossa antiga e esplêndida amizade

Valeu alguma coisa e inda merece,

Se restou ainda um pouco de saudade,

Faze por mim também sentida prece.

Mas, se o ódio no teu peito ainda existe

Passa ao longe da tumba abandonada.

Olvida o meu martírio atroz e triste

E segue o teu destino, iluminada!

Lucan
Enviado por Lucan em 20/09/2008
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