QUANDO
Quando passares pelo meu caminho
E encontrares a cruz abandonada
Atira nos seus braços, com carinho,
Uma flor, mesmo que despetalada.
Sou eu que durmo o sono derradeiro,
Sou eu que fui para a última morada.
Por mim, não chores... Não sou o primeiro
A alimentar os vermes dessa estrada.
Se nossa antiga e esplêndida amizade
Valeu alguma coisa e inda merece,
Se restou ainda um pouco de saudade,
Faze por mim também sentida prece.
Mas, se o ódio no teu peito ainda existe
Passa ao longe da tumba abandonada.
Olvida o meu martírio atroz e triste
E segue o teu destino, iluminada!