Poeminha sem vergonha
Em volta da lâmpada voava atônito o mosquito
Que era atraído pela claridade, que atraia
Meu olhar, que induzia meu pensar
Na conformidade das coisas, não tinha
Vontade de rir e muito menos de chorar.
Olhei pela janela, vi aquela estrela reluzindo
A lua me vinha sorrindo trazendo São Jorge
E seu dragão, espada apontada ao chão
A intimidar a fera de minha doce e mera ilusão.
Nada ficou para depois, o instante foi vivido
Da melhor maneira possível, entre trancos
E barrancos, tentei descobri o oculto. Descobrir
O que se nem eu mesmo sem quem sou?
Péssima alocução, paixão que se desvairou
O verbo não era mais verbo, virou mera
Palavra de ação: vá poeta cantar poesia
E nas horas vagas falar da solidão!