Poeminha sem vergonha


Em volta da lâmpada voava atônito o mosquito

Que era atraído pela claridade, que atraia

Meu olhar, que induzia meu pensar

Na conformidade das coisas, não tinha

Vontade de rir e muito menos de chorar.

 

Olhei pela janela, vi aquela estrela reluzindo

A lua me vinha sorrindo trazendo São Jorge

E seu dragão, espada apontada ao chão

A intimidar a fera de minha doce e mera ilusão.

 

Nada ficou para depois, o instante foi vivido

Da melhor maneira possível, entre trancos

E barrancos, tentei descobri o oculto. Descobrir

O que se nem eu mesmo sem quem sou?

 

Péssima alocução, paixão que se desvairou

O verbo não era mais verbo, virou mera

Palavra de ação: vá poeta cantar poesia

E nas horas vagas  falar da solidão!

 

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 20/09/2008
Reeditado em 20/09/2008
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