FOLHAS DE OUTONO

Numa vida repleta de encantos florescem a harmonia e a sabedoria.

carrosséis de sonhos nos conduzem a paraísos,

jardins floridos de um mundo maravilhoso.

Carrosséis, guiados por astros do infinito,

fazem de nós, pequenos Seres de uma dimensão,

estrelas cadentes a passar pela vida,

levando no coração a magia da luz.

Luz do amor, luz da amizade, luz da própria vida.

A intensidade desta luz revela que é tempo de viver,

que é tempo de doar-se e que é tempo de ser feliz.

Mas de nada adianta, se essa luz brilhar tanto,

e o seu brilho for encoberto pelas nossas indecisões,

pelos nossos medos e pelos nossos erros.

É preciso que os seus raios invadam a nossa alma,

cheguem no mais íntimo do nosso Ser,

e sirvam de caminhos e horizontes para os nossos ideais,

deixando a escuridão e o esquecimento entre os elos da vida;

daquela vida que teima em nos levar por caminhos errantes.

Nós, Seres Humanos, somos frágeis e sonhadores,

Na busca da perfeição erramos muito mais do que acertamos.

Mas essa é uma das essências da humanidade;

ser perfeito talvez seja um defeito diante da fragilidade

e da necessidade de sobrevivência.

O erro, do ponto de vista literário, é racional,

seria irracional, se não fôssemos humanos.

Se não trouxéssemos conosco a magia da luz.

Assim como as folhas de outono são levadas,

num vôo silencioso, pelo vento,

desgarradas dos galhos de forma tão natural,

e arrastadas pela relva, a nossa vida e a nossa luz

também se vão tão misteriosas quanto a própria natureza.

Quando chegar o outono em nossa vida

deixemos que nos leve, que nos arraste,

que nos desgarre do galho que nos acolheu como Seres Humanos.

Não nos desesperemos, é um processo natural.

E quanto a nossa luz, essa é imortal.

Não interessa o quanto durou, mas sim, com quanta intensidade brilhou.

Seja essa luz as boas ações, o amor direcionado ao próximo

e o tamanho da felicidade que a vida nos ofereceu.

Sendo assim, ela nunca se apagará.

Será sempre uma referência, uma estrela, que mesmo depois da sua morte, ainda brilhará para os olhos do mundo, milhões de anos-luz.