Asas de marfim

Asas de marfim em geleiras de noite só,

clama por ares em sol que aqueça,

alma que almeja desatar o nó

para que a vida em novo dia amanheça.

Chora o orvalho a ausência da seiva

registrando a morte que em solo vegeta,

sepulcro de um corpo que na sombra se deita

sem sonhos, acorrentado, entre dores se oferta.

Zéfiro a rir-se de suas asas de marfim

descrente e derrotada é uma ave só,

corpo fisgado encontrando seu fim

no último canto ritmando em dó.

Aisha
Enviado por Aisha em 18/09/2008
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