Sem Abrigo

A tinta da caneta acabará,

Deixando o texto órfão de palavras,

Deixando mais um verso preso na garganta.

A inspiração nos deixará antes da poesia,

E a poesia nos deixará antes da beleza,

Beleza que se dissolve na revolta do vento.

Não haverá resposta nos livros,

Nem calor nos cobertores e edredons,

Não haverá alivio nos braços da amada,

Nem consolo no ombro do amigo,

Não há saída, seremos todos tristes!!!

A noite se abre em dia dilatando a manhã,

O canto dos pássaros anuncia o despertar da cidade,

E novamente me levanto para beber o fel da trivialidade.

Seremos enredados de culpa pelos fantasmas do passado,

E embriagados pela alienação do trabalho,

Não há mais o que chorar, não há abrigo!!!

Thiago Cardoso Sepriano

ThiagoCardosoSepriano
Enviado por ThiagoCardosoSepriano em 18/09/2008
Reeditado em 25/02/2009
Código do texto: T1184069
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