Sem Abrigo
A tinta da caneta acabará,
Deixando o texto órfão de palavras,
Deixando mais um verso preso na garganta.
A inspiração nos deixará antes da poesia,
E a poesia nos deixará antes da beleza,
Beleza que se dissolve na revolta do vento.
Não haverá resposta nos livros,
Nem calor nos cobertores e edredons,
Não haverá alivio nos braços da amada,
Nem consolo no ombro do amigo,
Não há saída, seremos todos tristes!!!
A noite se abre em dia dilatando a manhã,
O canto dos pássaros anuncia o despertar da cidade,
E novamente me levanto para beber o fel da trivialidade.
Seremos enredados de culpa pelos fantasmas do passado,
E embriagados pela alienação do trabalho,
Não há mais o que chorar, não há abrigo!!!
Thiago Cardoso Sepriano