Transparências
Um vulto em ziguezague,
ligeiro e sem educação,
roubou minha atenção
e fugiu pelas frestas do dia-a-dia.
Procurei por teu silêncio
nos barulhos que ouvia,
vasculhei por suas cores
nas auras que não via.
Nem um sopro de perfume
pelo ar que se movia.
Só um acorde destoante,
perdido na sinfonia.
Teu fantasma transpirava
pelos poros do passado
e à espreita, ao meu lado,
presente se fazia.