Mal dos Homens.

No desespero do mês

A mesma hora certa

A rosa, o choro, o sangue.

O mal dos homens.

É preciso estar triste

Para dizer o que preste

Cantar as feridas

Declarar as chagas

Exibidas

Troféu dos marginais

Dos subpopulacionais

Dos rejeitados por todos

E por você

É preciso sobrar na conta

Arder na doença

Cuidar dos outros e

Restar sozinho

Para escrever um blues

Há de se ter bebido algumas

Chorado todas

Encoberto de breu

Ter dor de madrugada

Padecer no silêncio

Abraçado pelo eco

No beijo irônico do frio

Sentir a derrota

Os ossos

A perda dos entes

O desconforto

A fome e a comida podre

E o verso pobre

E o verso pobre

E o verso pobre

Gabriella Mendes.

Gabriella Mendes
Enviado por Gabriella Mendes em 18/09/2008
Reeditado em 18/09/2008
Código do texto: T1183664
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