Todas as Minhas Horas Que São Tuas

Amanheces em meus olhos

E despertas-me à vastidão do mundo

Cabes em todas as minhas horas

Mesmo no esmaecer do dia

Lasso, lânguido e furtivo

Sob os olhares de aceno da noite

Permaneces em minha retina

Quando se abranda a luz

E as cores pálidas ainda se miram

No espelho da aquarela do horizonte

Num céu longínquo de nuvens inexprimíveis

Que talvez nunca te digam sobre mim

É em mim que sempre estás

Quando as mãos desdobram-se

Escrevendo o que não alcançam

E deixo o meu silêncio em teus lábios

Não existem pessoas, vozes ou gestos

Somente a melodia de cada palavra

Vibrando em notas de saudade

Que tocam em minha boca

Os acordes que desejam teus beijos

Fernanda Guimarães

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Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 18/04/2005
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T11819