HISTÓRIAS

Há histórias demais,

Há histórias que são demais!

Há histórias orais, histórias morais, histórias normais, histórias gerais, histórias pessoais, histórias locais,

E em cada uma destas, há histórias geniais!

Há histórias pelas quais passamos,

Há histórias que passam por nós,

Há histórias que nos passam,

Há histórias que passam,

Há histórias que passamos,

E há histórias que morrem com nossa passagem

Há histórias previsíveis, fáceis de adivinhar,

Há histórias inesquecíveis, que gostamos de lembrar,

Há histórias invisíveis, de gente que vive a vagar,

Há histórias imprevisíveis, que nos levam a divagar

Há histórias que saem estranhas, que nos fazem duvidar,

E há histórias que saem das entranhas, enobrecendo o verbo vomitar

Há histórias oficiosas, histórias oficiais,

Histórias sobre as quais queremos falar,

E histórias sobre as quais nos fazem calar

Há histórias de muitos deuses,

Deuses da guerra, da beleza, do amor, do luar

Deuses da terra, do fogo, da água, do vento, do mar

Mas, estranhamente, Deuses da História não há

Há histórias que nos fazem rir,

Há histórias que nos fazem sorrir,

Há histórias que nos fazem dormir,

Que não nos deixam dormir,

E há histórias “pra boi dormir”

Se há histórias que não nos saem da cabeça,

Há também histórias sem pé nem cabeça,

Histórias “cabeça”, que fazem pensar,

Histórias que nos fazem sonhar,

Histórias que fazem chorar,

E as chatas e longas histórias de bar!

Há histórias verdadeiras, das quais duvidamos,

E falsas histórias, fáceis de acreditar

Há histórias que já ouvimos,

Histórias que repetimos,

Histórias de terra, de serra, de ar e de mar,

Deste, daquele, de outro, de todo lugar!

Há histórias que gostamos de contar,

Há histórias que curtimos inventar,

Histórias de mundos,

Histórias de monstros,

Histórias paradas,

Histórias de andar

Há histórias que vou te contar

Mas há histórias que, sinceramente ........ vou te contar!

Há tanta história confusa,

História inconclusa,

Histórias por terminar

Se há a história dos vencedores,

A dos vencidos não há

Há histórias que contamos, de que esquecemos um pedaço,

E há histórias em que, esquecido, nós é que somos o pedaço!

Se toda história começa,

Um dia, deve acabar

A história deste poema acaba neste lugar,

Mas a minha própria história,

Isto já é outra históra,

Que um dia vou lhes contar!