MÁGOA - Regina Lyra
Foi difícil
olhar em volta
e perceber o adeus,
tua indiferença
tua crença.
Foi inútil
olhar o teu semblante
e não te ver amante.
Imaginar o teu corpo
desejar tocá-lo,
mesmo que por pouco,
por um instante.
Foi hostil
ter que verbalizar
toda dor,
suportar o desamor,
sofrimento dos mártires.
Tanta foi a mágoa
que o coração transbordara
em líquido de morte,
sentimento frio
todas as palavras,
todos os desafios,
largados a própria sorte...
(Lyra, Regina. Insensatas palvras. João pessoa: Ed. Universitária, 2003).