LEMBRE-SE
Lembre-se...
dos destinos incertos
transcritos por estragos;
nascidos do eventual.
Eventual?
Casual?
Por acaso?
Não se sabe de onde...
Lembre-se...
dos belos covardes
medrosos, enfartados,
atacados pela cobiça,
desgastados no coração.
Passados há muito tempo
longínquos...sem rota,
sem temer e pedir
um único perdão.
Lembre-se...
das diversões, desilusões,
das conversas banais,
atropelos, desmazelos,
jogados fora
no lixo do quintal.
Lembre-se...
da alma lavada
repentina, intempestiva,
opinativa ou triste,
da satisfação do Ser,
em não ser.
Lembre-se...
que chamou,
deu um nome,
pessoa inexperiente,
que sabe das coisas,
ou finge não saber.
Universal
com ou sem privilégios,
vantagens amassadas,
envergonhadas.
Sirigaita, assanhada,
mas que autorizou a viver!
Agosto de 1999