VERSOS NO ESCURO

Sou a ida sem volta

A escolta do vil

Sou um vinho sem gosto

Um pescoço febril

Sou o erro do fraco

Um trago inocente

Sou um crente ateu

O deus incoerente

Sou a sombra, a calada

Uma cauda rasteira

Sou a beira e a coragem

A viagem matreira

Sou a peça pregada

Enfiada na mão

Sou o irmão do segredo

E o medo do não

Sou o vício do mau

A nau sem estribo

Sou a tribo primária

Uma pátria no lixo

Sou a virgem que atrai

O que trai e reclama

Sou a lama na cara

E a tara da dama

Um menino sem nome

Sou o homem do espelho

Sou um velho sem norte

Sou a morte que veio

O Daltônico
Enviado por O Daltônico em 13/09/2008
Reeditado em 06/10/2008
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