ONDAS...
O MAR, DE LEVE, A PRAIA BEIJA,
MOLHA-A, TODA, COM SUA ÁGUA,
E ELA, A ISSO, NEM PESTANEJA,
ACEITA SUA ONDA À ELA ENDEREÇADA.
ONDA DO MAR, QUE NÃO ENGANA,
QUE, QUANDO CHEGA, LOGO VOLTA,
E TUDO O QUE TRÁS, CONSIGO, ESPARRAMA
PELO CORPO DA PRAIA, EM SUA ORLA.
ONDA DO MAR, SINCERA É,
DIFERE-SE DA ONDA HUMANA,
COM A ONDA DO MAR NÃO TEM TALVÊZ,
JÁ, A OUTRA, A TUDO, RECLAMA.
A ONDA DO MAR, SE, BRAVA,
SE, DESPERTADA DE SEU SOSSÊGO,
JOGA CÉU ACIMA A ESPUMA DE SEU ÓDIO,
E, ORGULHOSA QUE É, NÃO PEDE ARREGO.
JÁ, A ONDA HUMANA, POR SUA VÊZ,
ENGANOSA, SEGUE SENDO, ENTREMEIO
A TURBILHÕES TANTOS QUANTOS,
DE ERROS, ACERTOS, EM DEVANEIOS.