Ineficácia
Sacra, fria, algoz
Segue a pequena lâmina em seu caminho
Abafa e reprime toda a vida com sua voz
Perfura e mata o dono do último espinho
Triste, ávida, mortal
Rasga carne adentro o pequeno punhal
Consome o rubor da pétala sadia
Vinga dois de onde um antes havia
Rubra, lúcida, errante
Assim a descreveu o soturno vagante
Palavras regurgitadas, palavras perdidas
Reflexões foscas em estrofes vadias
Alva, alva, alva
Paixão do fraco, orgasmo do déspota
Diga-me à quem essa foi a última salva
Cai a rima, queima a língua...