@@ um tempo @@


oh tempo que passou saudoso

nas encostas da vida  lembranças

do vapor gostoso e lento

deixado largado ao relento

distância pintada de preto no branco

endosso o desfecho do eterno

que dúbio vive a existir

nas memórias daqui e dali

que a nostalgia deixa emergir

natureza pinta o poema

amainando parede amarelada

de tantas mãos já pintadas

quanto os anos se fizeram sentir

e nas gavetas velhas e emperradas

imagens antigas guardadas

com longas poesias escritas à mão

que jamais saíram do coração

por nunca entregues  terem sido

pelos poetas ébrios de amores contidos

que os cabelos pelos dias eram tingidos

até  percebecem tardiamente

que seus amores já estavam perdidos





Foto: Taci
Rio Capibaribe / Paço Alfândega