O Campo
Quando em viagem estou,
E fico olhando as paisagens,
Perco-me em pensamentos
Faço uma outra viagem.
Quando viajando vou,
Olhando para montes e campinas,
Para o trabalhador rural,
Que está à terra lavrar,
Alegre, feliz da vida,
Na vida a cantarolar.
Comendo sua rapadura,
Cigarro de palha a fumar.
Vejo diante de mim,
O que é felicidade...
No simples da vida vejo,
O que não vejo na cidade.
Vejo uma casinha branca,
Solitária lá... no alto
Tão distante da comadre,
Da boa comadre distante,
Perto da felicidade...
Por não conhecer tantas coisas,
Que são tidas como boas,
Lá longe na grande cidade.
Da chaminé a fumaça,
Ao longe se esvaindo,
Tal qual como meus sonhos,
Nesta viagem surgindo!
O que estará a cozer
No fogo de lenha a comadre?
Um bom feijão temperado
Com cheiro verde em flor,
Que um gosto especial tem...
A galinha de capoeira,
Sevada lá no quintal.
Na cozinha uma jarra,
De água pura e branquinha,
Amarrada com um pano branco,
Para o pó não sujar...
Emborcado, brilha um caneco,
Para a fria água tomar.
Na frente da casa um banco,
Feito do velho coqueiro,
Que de tão velho tombou,
E nele hoje sentados,
Fica o Zé com a Maria,
Nas noites tocando viola,
Nas noites, de amor falando...
Em tão grande alegria!