Vigília

Espio os teus cabelos

Quando estás dormindo

Tenho medo que me vejas tocá-los

Ao extrair deles o perfume sagrado

Na hora que temos

Antes do amanhecer

Estão desalinhados

Remexidos à exaustão

Foram maltratados

Pelo nervosismo desta mão

No entanto

Parecem felizes

Brilham e dão cheiro

À casa toda