Surreava no Supor da Alavanca Universal

A CERTEZA DA FRENTE DE TRABALHO

O nó tremulo de uma forca

Cortando minha espinha

Gota a gota castrando meu ar

Á caminho de um cavalo preto

Que suga a seiva do tempo

De uma existência em terno de vidro

De um caminho em josé arrastado

Na formulação de um mundo em debalde

Na confusão de tempos perdidos

Sugando as impurezas da vida

Vislumbrando uma morte perfeita

Surreal enfeitada com ternos

Bermudas em ângulo

De uma montanha de fogo

Queimando minhas víceras

Vigiadas por amebas

Uma a uma tinha um fio

Que transportava o citoplasma da goma

Catarro podre de um ventre mamado

Mamãe acode a cria peçonha

Um porco andalho

Focinhos de cobra

O barato da soma é matar o restante

O recato do homem é sorver a mentira

De seu podre encanto

No saúdo do alien

Cobertos de sardas , compradas na gema

Do sol inerente que suga a morte

Da lei de venudo que mina o conto

Do conde lambido na venta da hóstia

Da cabra leiteira que mira seu corte

Francisco assado cumpriu sua pena

Lavou sua pena

Comprou um velório

Perdeu a viagem por falta de tempo

Acabou na berlinda de fracos produtos

Bigodes inflados garganta sem nó

Dali de peruca raspando seu ventre

Bigode envergado ,suspenso á gravidade

Suporte de anjo na guarda dos sonhos

Comprou uma tela virou um mendigo

Dedicado a seu ramo de rosa em público

Logrando o cobre membrana perene

Distorce a facada

Suaviza um lúgubre enterro

Ao ponto do morto

Chocar a massa cefálica

Com a amamentada criança

Algoz de si mesma , soberana em sorver

Proprietários rurais, poliglotas em sal

No turíbulo do salmo

Quarenta centavos , cozidos ao banho

Maria corneta

Pregou minha morte

Diminuiu a estante

A um mero orador

As crianças calaram-se e riram em silencio

Com a repugnância de velhos caminhos

Sinuosos em titular a expressão

Surreava no supor da alavanca universal

A doutrina do orador que acusa

O ocaso de uma trasposiçaõ laica

Na jefenes humanitária matar

Como se brinca ao pé de um berço

Criado em deduso antagônico

Para ser a certeza , na lista de defuntos

Que roubei de certa dama

Morta em viniu

Cintilada em desordem

Arrumei o armário , separei o feijão

No sertão de conquistas

Conquistei sete palmos

Abaixo a lavra, de uma boa facada

A mosca trina provisória

Que derrubou um primoroso orador

Não se conhece a sutileza de uma vida ao ponto de perde-la

Nada é a verdadeira aspiração da luta

A morte em devaneio do inútil

A irracionalidade de quem não sabe chorar

A expressão arcaica do controle

Um tiro na boca

Dilacerando os lóbulos de um pilar

Um ribalta enfadado e norronho

Um desejo que potrefa no culto a morte

Resplandescente realeza de gesto

A mente humana

Infinitamente voltada para a loucura

Em jocosas semânticas de fazer

Em mãos dadas a implosão de balelas

A visão cotidiana da morte

Arpado num solene emcontro com a mesma

A comando da egocêntrica existência

Amigos decepados ao molho

Destruir a identidade de uma dor

Ao sabão que da banha se lava

A banheira em nitroglicerina enlatada

Esbofetiar a realidade até a morte

Reduzi-la a um mero monstrinho

Coceifar a desgraça alheia

Abrasar uma ostra com merda

Calientar um pingüim na fogueira

Explodir a modorra do tempo

Abanar uma casa em efeito

Destruir esplendores de fuga

Mediante um amigo imaginário

Saiba mata-lo , matando a si mesmo

O avião decola a varias pontas, na falta de oxigênio

Existe uma arte primordial

Na qual todos passarão ileso

A graça é ser lesado

Como uma mosca esmagada na selva

Replicar uma ofegância em sono

Alterar a própria dimensão

Cria-la é outro ensaio

Uma jaula de dor e privações

Uma flor que congestiona-se a cada milésimo

Seguramente as marcas são um relo

Cravados na insegurança de um punhal

A lançar-se perante o bucho

A arrancar-lhe as tripas

Cuspir uma ameba

Na roxa lesão de um ego rebolto

De uma salva conduta perfeita

Controlar um exército de mariposas

Cálidas serpentes sem sangue

Que se fazem mortas a um segundo

Seguro a placenta da morte

Do sangue latejando na língua

Da alavanca universal travada em lutos

A provisão da triva mosqueta é uma risada

Inexpressiva no que se dispõe

Em sorumbática vala de conhecimentos torpes

A querra de uma macha fúnebre

A alma foi salpicada

As víceras na mão latejando

Ao encontro da boca

O sangue borbulha

A inutilidade humana corroe meus tímpanos

Na aurora boreal

Amebas cativas e bucosas

Mucosas na via de fato

O jasão perfeito da soma

Na perene caustrofobia

As imagens acusam, esclerose múltipla

Ingestão de finados , o fidalgo também

Já matou tua vaga campestre andorinha

Capturada na mão

Crucificada em deduso de saber respirar

A prole ...asmátoide da calma

Maníacos...Fulanos...Fulanos...Menino

Calcado em setas , o padre de saias

A velha safada castigou a velhice

Com um parto interno , o filho é Chico

O trabalho da mãe é certo ao cocho

De que somos cabalas

De podridão uterina

No oráculo dos mortos

Da dor capital

Percapitou um monstrinho

O mais belo diga-se de passagem

Um passaporte para os surdos que adoram charadas

Desseque tua venta , e coma seus nervos

Neurônios sem gana

Reproduzem um guarda-chuva

Erguido no mais feio encontro

De uma costura sem teto

Más fazia roupas das vezes da época

Era até simplório

Viveu no mais feio dos mundos

Engolindo morcegos

Travados na língua

Na pária outrora calamo

Mortemas no périplo de onudos

Caducos na eufemia de oneratos

O velho das manhas

Cabaça na pança

Nirvana olente, poroso

Em facínora resenha

Cantar uma bossa

Saltar da maxixe

Xingar as pestanas da alba funesca

Cantar um conceito

Depor o herói

Oratório e cínico

Comer a merda olente

No féretro castigo urbano

Mancar de joelhos

Rezando a lista

Chocando a certeza

Matando a beleza

De um corte factral no pé da garganta

Jorrando em seiva

Um servo em parca

Palavras de um doido

Elegia de mãe

A garganta seca

Começa a minguar , para o peito da vinda

Chamando seu pai acaba no podre

De um criado mudo perfeito

Sua façanha é em muito soberba

Conquistar a morte é algo merecivel

Na displicência de matar a ciência

Sufortar a liberdade no viço opaco

Coberto de sangue orelhas em réuva

Na selva de almas, prisioneiros do ventre

Eterna jaula humana

Que promuga um ser a nascer

Na transcedência universal dos cegos

Cruzamor a cordilheira das focas

Enforcados no grito do velho

Chama-se Apoeno , costurado em tripa seca

Amordaçado no cume da ceita

Cevada de cortumes arcaicos

Sultura no turíbulo do manco

A barba branca espalhava-se em morno elo

Aliado a sorte cuspida no chão

Seus pés calejados choravam por calos

Canções de ninar para o velho morimba

Morgado em viver sugando cabalas

Calçava pilares, pisava na lama

Morreu acuado comendo pitangas

A conquista honrosa lhe rendeu bons frutos

Virou fazendeiro , perdeu o estero

Cumpriu a promessa de um dia suprir as premissas do filho

Casando maramba, com Minerva a deusa do caos

Erramos de novo nem deusa ela era

Sabia coçar os pés do defunto, assado em codorna

Honrado pedreiro coçou o chulé, morto em guerrilha

Roubou minha festa comemorou a chegada

Ceguei um velhinho que tentou me roubar

E agora o que eu faço para voltar

Decreto que ossos borbulhem na elegia

Primodialmente não sei sucitar

E o alienado José permaneceu em onírica ambigüidade

Tal qual um corvo onipotente por sua voz

Soavam as badaladas da noite que o tornavam

A facínora realidade humana

Elegia de jargos em nirvana

Torpes esbaques em xadrez

Afogado no poço quebrado

Opocéfalo entupido de diaporese

Escapou de um frívolo suicídio

Más e as moscas o que fazer com elas

Elas nadam na seiva , parecem acudir-se

De distúrbios reprimidos

Que nos relegam à cata do zelo

Que com sua oponência , manipula a falta de acordo

Entre o orador e o homem

Que sem jeito atravessa a rua

Para em fim ser atropelado

Pela essência primordial das coisas

A falta de coordenação em virtude do sispero

Na falência múltipla do tempo

De cócoras catando proezas

Provérbios de cogumelos cansados

Ao acaso de como gostais

O oratório em aplausos

Para Chico a nossa cria peçonha

Os gritos de uma velha

Acudida pela morte

Estirada no teto

Cortada em fatias

Como língua de sogra

Deliciosas manhãs, ao deleito de doces

Mergulhado em réuva , foi encolhendo a verdade

E o bebê foi crescendo, ao tamanho da essência

Capturou uma fonte e a ela nomeou rei

Até o dia em que a sorte, levou nseu criado

Cravado no alto de uma tenrra palmeira

Fritada em figueira chamando a mãe

Coitada já suja de tanto encrostar

As sábias escritas do velho sem pé

Cova de tripas, em triva de esteio

Cobranças em sumo escovado

E assim foi criado , engolindo a verdade a seco

O sangue requentado da mãe

Palpitava na língua

De criança demente

Educada em vinil

Para ser um tenor

Presunçoso comeu o resto da trama

De pais desmamados

Fortificados ao queixo de um homem magnífico

Que sabia mirar a fecunda dos campos

Cobertos de sangue

Palavras sem dedos

Rançados a força

A mando de Chico

Cuidado ministro

O baço amamenta a fonte de tudo

Me dá, teu visionário

Para te-lo por inteiro

Como um cão andaluz

Na prateleira do meu quarto

Enveredada de imagens

Que compõe um distúrbio

Chamado real

Na farta gestão do meu mestro

Promugado em ser um pequeno inseto

Que deturpa a realidade humana

E põe abaixo as dimensões do sentimento

Que em si é vazio e opaco

No que si dispõe a uma condenação justa

Nosso orador sabe pentear macacos

Na santa procissão dirigida por porcos

Inteligentes e esbeltas na fração alfa

Tal qual uma criança em riso

Que alguém enforcado e prismo

Conseda ao sábio a nona dimensão

Onde listas são quebradas como areia ardendo em fogo

Na contemplação alheia a sobra

Cavacos e tripas no lambo

A certeza comemora o tempo

O silêncio se satisfaz com tudo

Alguém cortou meus dedos

E em ervo a certeza mentiu

Tão bem que chico correu, a achar a tão velha palestra

Escreve a lúdicaesperança de um morto

Alçado em verdades que destorcem o enredo

De um velho antropófago,de renome poético

Em pauta o mérito de humanóides sem causa

Não me respondas , se não veres em si

Uma lagrima seca por entre rocosas

Palavras de um surdo, surreal embalado

Por pedaços de escárnio na ópera viva

De péssimos adereços, que eu finjo escoltar

Na acanhada almeja

No silêncio do tolo regaço de luz.

No cínico contrário

De ser comunicador

Oratório, “da lista

De trabalho à frente da certeza”.

Ass: Pandora Aedo

OPOCÉFALO

A opotética estação do ano em vertigem

Na falsa reação de tudo

Givago contempla as orlas

Pequenas e vagas hemácias

Gertrudes repele o inseto

Em beijo atento na vaga

Repete um erro patético

Circula nas bordas do lago

Mergulha o pé na cevada

Cansada desliza em ossso

Curvada peneira a água

Lesada despreza o corpo, em olente mistura de lares

Contempla o giz na farpa verde que encobre horizonte

Sem braços coitado se arrasta

E casto, incapaz no jogo, respinga palavras no lago

Cali serena e destra, devolva minha costela

Cavando em si simetrias

Menerdos na farta sugestão

Mensuráveis verrugas caladas em calda

Pula à cata do verde, e nele alaga a seiva em catride

Sirene ressoa as vagas

Carnudos pedaços de vento

Sabores adoçados em seiva

Variações que comem a quantidade

Vermentes menções quânticas

O pai com seus belos chinelos, meneou farpas na unha

Condenando a pequena á correr

Correr...correr, correr...

Corroendo em si a própria versão

Girando, com prótons...girando

Cansada quebrou-se os ossos

Coitado em mim se afugenta

Vagando em vérticese palco

O cômico ingrediente do artista

Que perdeu a própria ossada

Opocéfalo sem a física alpa

Genuinos calos de pavos

Insulina no corte sereno

Que abriga em ferida...vertida no lago

Que aos poucos retroceda na Alba Funesca

Para um enterro de bolas de hidrogênio e seiva

À escorrer pela grama em sentido horário

Para a própria Mente.

UMA REDOMA

Na face enrugada distinguia-se rancor

Mão e pés eram um só

Sotaque não existia

O que existia era um estandarte de representações

A boca amarga distinguia-se entre tantas

Os lábios eram um tanto esquecidos

O domínio lhe dera a envergadura no pescoço

Contorcia-se com imagens a ela atribuídas

A cadeira fria e dura á acolhera com atenção

As mão lhe acompanhavam na melodia

A mente não tinha acompanhamento

As mãos impacientes tocaram-na com pudor

Cansada ela parou de se repetir

Levantou-se na procura , encontrou o retrogresso

Suspirou um olhar ao meu encontro

Paralisei-me por medo de ser atingida

O tempo parecia vigia-la

Os ombros eram simbólicos e inexistentes

A sandália azul persistia em balançar

Os anéis de falso brilho cutucavam as juntas

Ela foi interrompida

Num movimento único

Pediram uma resposta

Ela estendeu a mão

Tal qual a primordialidade lhe fugira a alma

Já agora ela não sabia como se posicionar

As unhas estavam pintadas

As mãos não tinham reflexo

A juventude se mostrou para ela

Rapidamente voltou-se para o seu mundo

Em reflexão mútua com o nada

Nada fazia parte da mesma

Que recuada parecia enfrentar

Os seres que a rodeavam , pareciam ignora-la

Na pena apareceu os genes

A primogênita talvez

Nela conformara-se

O netinho parecia irritá-la

A lástia desfez sua infância de pensamentos entregues ao terror da solidão

Conversava com fluência ,no rompimento da retícula

Concordava com com batons isentos, pois temia a incompreensão

O tronco reclinava-se , parecia acomodado

Tudo estava guardado naquelas mãos cansadas

Elas diziam tudo...

Na insistência de narrativas

Ela observava e era observada

Vez ou outra era concebida a ela a palavra

Ou sempre era dela o sentido das palavras

Ela chegou de surpresa

Assustou-me com sua impáfia

Contingente fez seu espaço

Com movimentos e reflexos atenciosos

Recolheu-se em seu silêncio.

Vovô alimentou-me na sedentária fome

Netinho se foi ficou a netinha, repudiando seus cuidados

A tal hora liderava a conversa

No gene , a filhinha que a ouvia com atenção

Talvez não más sei que não

Não importava o assunto

As mãos estavam sempre lá

Nuas sem fome ou coragem

Chegou outro parece atribuído

Más não é...

Ela emprestou alguns movimentos a ele

Talvez vendera por falta de tempo

Fitaram-no de laranja

Ofereceu se a conta

E consebeu-se a si mesma

Apadrinhou-se na fadiga

Fatigada consumiu sua imagem

Dismilinguida desfez os inexistentes

As têmporas alegres eram vividas

E lá estavam as mãos apunhalando-na pelas costas

O véu branco que nela habitava era facultativo

Disfarçadamente recompôs seu mundo

Talvez as víceras

Na certeza ela era tudo

Equivocada de intentos

Empunha suas mãos na forma de sátiras

De mulher comandada

Danada em retrucar

Ela tudo não viu

O tempo não lhe incomodara

Ela nunca era só

Sua roupagem era neutra

Tal qual cabelos na mira

Ela se levantou

Junto ás damas se despediu

Os cabelos sorriam acomodados

E ela também

E a lambingua pracinha

Perdeu seu brilho.

HOMENAGEM

A morte me ampara na ofegância de taturanas

A engolir a massa cefálica de meus neurônios

Afagados por dentes enterrados no cérebro

Fazendo uma curva paralela envergada de sangue

Que puro ressoa vômito podre da ressaca humana de internos

De um vácuo oratório

De cabalas em degume de falsas emas, que enterram a cara na vergonha

De galinha carijó acanhada em chocar

Chocadeira de pequenos vermes

Ratazanas rasteiras de pernas aladas

Borboleta cemáfitas,calejadas em lerbo

Provérbios irrritantes

Somatórias desgastantes , de um corpo em decomposição

No detrimento de víceras inchadas por córneas

Na trnsfusao de hemácias

Artérias em pus, tumultuando um breve dessecamento

Internando uma ameba, em califidades da membrana mãe

Responsável pela frissurizaçao da ignorância

Na eminência do ébulo ocular

Sufoca-se no devaneio da realidade,que deturpa a possibilidade de erro

Mediante a certa endossação, de um vicio perene que dá vida a um ser

Corpos estirados na lama

Na nudez de gengivas latejantes

Mediante o vácuo de gengivas naturais

Retirados em deduso do suor arrancado

Cabeças raspadas

Cabelos, por sua vez implantados na boca

Costurada com um enlaço sobreposto de fios de cabelo

Em seqüência a porta superior dos dedos

E com o regargamento do globo ocular

Implanta-se os dez dedos da mão no globo ocular na função da unha

Untasse o cérebro hipotético

Chegando até o crânio , perfura-se o tecido que envolve o cérebro

De forma a alinhar dois paralelos em círculos difusos .

Em seguida amputa-se as orelhas e as encaixe, nos círculos

Teminado o processo,pinta-se o corpo todo do escolhido com o sangue depurado.

Faz-se uma vitima a cada dente

Fincado no rosto da alma

Prolifere a sua própria morte

E ao final do processo suicide a realidade

Fincando um punhal na barriga

E arrancando as víceras para o externo

Vomite o rancor da vida e caía de bruços

No chão de seu verdadeiro lar

Seja ele o maracanã

Ou as escadas de uma igreja

Seja sagaz

Ninguém morrerá, só você .

MESA

Uma faca afiada atravessou minha garganta

Puxaram as veias, fincadas no fundo da alma

E delas fizeram amarelinha,pulando nas gotas da perícia

Afirmaram se tratar de um suicídio

Em nada notaram a sátira, de estilhaços no teto

De um sangue negro, no podre de vermes

Coberto de sova, na aurora de chutes

Chuparam meu sangue no gosto da gana

“Quebraram meus ossos um a um”

Num monho de vidro, serviram a farofa

Todos á mesa, risonhos e tristes

Alegres em tudo

Fingiam sede, para aguar a ferida

As miras comeram

Consumo de detritos

Fagulhas de fome não foram negadas

O tempo calou-se maxilares na sova

Denúncias na truta, calada em recheio

De olhos fechados fingindo ser doce

Salivas na água

Engasgos de pobre, no “espinho” da carne

Cardume de ricos fingindo gastrite

A farinha inchou

O velho enfartou chamando por mim

Primaram meu carma

Pediram arrego

A noite chegou

Requentaram o dedo

Reduziram os golpes

Num gole zuniram

A vida eterna.

CIDADE NATAL

O ilário de não ser o que sempre fui

A vagar por degetos que um dia eu comi

Crianças á gritar

Na conseqüência de loucos

No mito de bêbados e mendigos da fé

Não gosto, disto , más tenho que admitir

O que vejo é um grande laboratório da mente humana

No qual,poucos se atrevem a observar

O mundo a sua volta seja aonde for...

Enfeitado de defuntos

O mais belo lugar da fome

É a solidão de uma velha

Eu bem que poderia passar a vida inteira nesse lugar

Más minha alma dela se afugenta

Como se pensasse dela ser cria

Na nobreza de víceras remotas

Eu busco esquecer o que nunca fui

Nunca diga nunca...

Dizia um nimguém

Que hoje morreu por uma falha esperança

Que eu finjo escutar

Eu prometi não dizer, más eu nasci em Creta, na antiga Grécia

Uma colombina descalça

Á se enterrar na poeira

De um mundo desconhecido

Na árvore dos loucos

Que por sorte de mim, faz parte

Até parece que me odeiam

Eu também...

Pensei que era morta

Pesaram meus ombros

Era ela...

Quem você quer que seja

Milênios depois quem diria

A terra me enterrou.

PANDORA AEDO
Enviado por PANDORA AEDO em 01/03/2006
Código do texto: T117388