Universo paralelo
Espinha dorsal na goela do abismo
Medula que flutua na lua mórbida
No engasgo do momento.
Poeira ao vento!
Nem sente o assento do pensamento distante
Em leves dosagens de esquecimento
Brotando do sonho vago
Num passeio sórdido de eras passageiras
Na agonia da sombra do espanto
Encanto... Obscurecido no silêncio!
Silenciando as palavras que se foram
Como a primavera de flores murchas
Ou a ducha de alegrias efêmeras
Que nos arrasta por mares bravios
Buscando o porto do parto indolor
Deixando as dores da vida trancadas
No arquivo morto do útero do universo!