PSEUDO-POLÍTICO
Balança pra lá, balança pra cá
Nem cai, nem sai
Sobe no muro, fica em cima
Não desce nem toma partido
A não ser que isso lhe beneficie
Tira proveito de tudo
Não trabalha em prol do povo
Mas do seu próprio bem
Promete mundos e fundos
Vive no luxo e na mordomia
Suga o dinheiro público
Se aproveita do nepotismo
Entope as instituições públicas
Da incompetência familiar
Promove um festival de absurdos
Faz tudo o que não deveria
Termina o mandato
Com sorriso nos lábios
Na certeza de ser reeleito
Pela bondade e ingenuidade
Do povão “despolitizado”
Porque no Brasil
A balança só pende
E a corda só rompe
Do lado mais fraco.
As leis foram criadas
Para permanecerem no papel.
A justiça existe para punir
Pobres, negros e índios.
* * *
Publicado na seção Fotopoemas no Planeta Literatura.