PSEUDO-POLÍTICO

Balança pra lá, balança pra cá

Nem cai, nem sai

Sobe no muro, fica em cima

Não desce nem toma partido

A não ser que isso lhe beneficie

Tira proveito de tudo

Não trabalha em prol do povo

Mas do seu próprio bem

Promete mundos e fundos

Vive no luxo e na mordomia

Suga o dinheiro público

Se aproveita do nepotismo

Entope as instituições públicas

Da incompetência familiar

Promove um festival de absurdos

Faz tudo o que não deveria

Termina o mandato

Com sorriso nos lábios

Na certeza de ser reeleito

Pela bondade e ingenuidade

Do povão “despolitizado”

Porque no Brasil

A balança só pende

E a corda só rompe

Do lado mais fraco.

As leis foram criadas

Para permanecerem no papel.

A justiça existe para punir

Pobres, negros e índios.

* * *

Publicado na seção Fotopoemas no Planeta Literatura.

Selma Amaral
Enviado por Selma Amaral em 01/03/2006
Reeditado em 02/03/2006
Código do texto: T117124