Re(i)Bento.

Filho do tempo.

Bebi dose forte do teu momento

E gastei aquele veneno lento

Em um sufoco de descontentamento.

Esse teu tom, teu acento.

Vem, procura meu alento

Porque essa dose do tempo

É o lanceio do firmamento

Que um tijolo rebento

Rebentou nesse momento.

Ah, filho do tempo.

Esse arrancamento de delícia

Destrói meu fino argumento.

Nessa rima pobre te contento

Como o Rei Bento.

Solta esse teu lenimento

E me coroa como teu tento

Para pintar esse momento

Do teu nascimento, rebento.

Meu açodamento

É por conta desse teu embelezamento

Rei Bento.

Esse teu olho de índio ao relento

Me causa afobamento

De te ver nesse momento.

Belo preto-índio-branco, rebento.

Vanessa de Moraes
Enviado por Vanessa de Moraes em 10/09/2008
Reeditado em 10/09/2008
Código do texto: T1170974
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