E, VÊ-SE...
E, VÊ-SE, ATENTAMENTE,
QUANDO A CHUVA MOLHA
TODO HORIZONTE AFORA,
A NATUREZA, DE ALÍVIO, SUSPIRA
DO DITO CALOR QUE À ASSOLA...
E AS FLORES SE ESPERTAM,
E OS PÁSSAROS SE ALEGRAM,
TUDO É FESTA, QUANDO CHOVE,
NÃO IMPORTA, SE, FORMIGAS
E ABELHAS SE RECOLHEM...
E O GADO, NO PASTO VERDE,
SABOREIA A GRAMA ÚMIDA,
NO VERÃO CHOVEU POUCO,
NO INVERNO, CHANCE ÚNICA,
A TERRA SACIANDO SUA SEDE...
NO PERÍODO DAS CHUVAS
A FORMIGA CRIA ASAS E
À VOAR SAI, POR AÍ,
PENA QUE, AO VOAR, VÔA
EM DESTINO, MORTE EXATA...
E, AO SE OLHAR DA JANELA,
OS PINGOS DA CHUVA FAZEM
COPINHOS D'ÁGUA, NA GOTEIRA,
CAINDO, NA POSSA QUE SE FORMA,
POSSA DA ÁGUA DA CHUVA...
E, DEPOIS DE TUDO ÚMIDO,
GOTAS DE ORVALHO SE CONDENSAM,
É O GÊLO, SE FORMANDO
NA GEADA E NA NEVE,
DEIXANDO TUDO, TUDO BRANCO...
É O BRANCO DA PAZ, PINTADO,
EM CONTRASTE COM O VERDE
DA ESPERANÇA VIVA, QUE,
TODO PINTOR PINTA, LÚCIDO,
NUM DIA DE CHUVA, ÚMIDO...
'' O PINTOR NÃO QUER MATAR A NATUREZA AO PINTÁ-LA''.
'' ENTÃO, QUE NÃO SE DIGA, NATUREZA MORTA, À SUA OBRA
DE ARTE, SE DIGA, NATUREZA VIVA''.