Adivinha

Adivinha

maria da graça almeida

O sino da igreja

soava: blém, blém...

Virei -me surpresa:

- Badalas? Pra quem?

Ninguém pelas ruas,

só eu acordada!

A praça tão nua,

a vila apagada...

O sino mais alto

soava: blém, blém...

eu, em sobressalto:

- Badalas? Pra quem?

As casas vadias,

as portas fechadas.

Pela nostalgia,

eu já batizada.

O sino insistente

soava : blém, blém,

mais, eu, persistente:

- Badalas? Pra quem?

- Por que tanto espanto?

Não ouves meu canto?

Se toco: blém, blém,

não sabes pra quem?

maria da graça almeida
Enviado por maria da graça almeida em 17/04/2005
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