Adivinha
Adivinha
maria da graça almeida
O sino da igreja
soava: blém, blém...
Virei -me surpresa:
- Badalas? Pra quem?
Ninguém pelas ruas,
só eu acordada!
A praça tão nua,
a vila apagada...
O sino mais alto
soava: blém, blém...
eu, em sobressalto:
- Badalas? Pra quem?
As casas vadias,
as portas fechadas.
Pela nostalgia,
eu já batizada.
O sino insistente
soava : blém, blém,
mais, eu, persistente:
- Badalas? Pra quem?
- Por que tanto espanto?
Não ouves meu canto?
Se toco: blém, blém,
não sabes pra quem?