Ares de primavera
Ares leves trazidos pelos ventos
Chuvas levam a poeira
E dão um tom verde às folhas
Do meu jardim,
Que teima em brotar
E me lembra de ter esperança.
Os sons parecem diferentes
Dos tons de antes,
Não revelados
E hoje chegam suaves
Melódicos, um jazz
Em meu ouvido ávido.
Palavras, palavras
Vêm a mim de todo lado
Mas sou eu quem as colhe
E me importo com todas
Tão delicadas, e ali deixadas,
Pego-as com ternura.
E assim venho mais uma vez
Na lida difícil das horas
Em pensamentos que viajam
Vão e voltam, incomodam
E na minha mão se transformam
Em versos bonitos de se ler.