Suplício pelo Amor

Suplico!

Não assassinem a viva afeição que nos impele

para o objeto de nossos mais insanos desejos!

Não limitem- se a pele...

Nem tão pouco a gracejos!

Socorro!

Não banalizem a inclinação devota

de alma e de coração!

Desse modo assim escrota...

A mais doce emoção!

Não...não...por favor...não!

Não vulgarizem o objeto

De nossa mais intensa afeição!

Transformando em dejeto

O que alimenta o coração!

Parem! Não façam assim!

Não prostitua a paixão!

Não torne uma meretriz...

Quem se basta com o toque da mão

E faz um indivíduo feliz!

Acudam aqui!

Não esquartejem o afeto!

Sem ele de certo morro!

Poupem o sentimento predileto...

Da poeta que pede socorro!

Parem! Não me joguem pedras!

Se minha culpa é a inclinação exclusiva,

Volúpia...Gana descarada...

A essa emoção impulsiva,

Necessidade escancarada!

Por caridade!

Sejam gentis e não maltratem...

Seja além do desejo carnal...

Não usem...depedrem...nem rasguem!

O que não me torna animal...

É esse amor que a todos invadem!

Que violentam banalizando!

É o amor que muitos confundem,

E em linhas o escandalizando!

Alma Nua, São Paulo, 09 de Setembro de 2008,20:42

Shimada Coelho A Alma Nua
Enviado por Shimada Coelho A Alma Nua em 09/09/2008
Reeditado em 09/09/2008
Código do texto: T1170000
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