Zài Jiàn (Adeus)

Não quis chorar, mas confesso,

Que as lágrimas não findaram...

E continuaram, no prover de meus versos,

E com eles, um poema confabularam...

~

Não quis chorar, mas chorei,

Como uma criança e seu brinquedo quebrado...

E como um belo quadro que borrei,

Peço desculpa, por ter te magoado...

~

Os olhos avermelhados, não deixam fingir,

E mesmo que eu minta, eles deflagram...

A tristeza que está a evoluir,

Como uma doença que há meus órgãos estragam...

~

Pois o elixir acabou, resta a dor,

A dor de ser ou não ser, figurado...

Pois no adeus, eu lhe aceno com a flor,

A flor que com amor, eu havia regado...

~

Mas ela deu o seu suspiro de vida,

Na mão de quem teve lhe apanhado...

E também se posse de partida,

E murchou, sem que eu tivesse notado...

~

Eu não quis chorar, mas então chorei,

Ao ver o jardim vazio, e você não ao meu lado...

Chorei pelo que não compartilhei,

Flor e mulher... benção e pecado...

~

Eu não era assim, e não percebi a mudança,

Não percebi que sonhava os sonhos teus...

Mas tudo morre, quando morre a esperança,

Tudo morre, quando nasce o adeus...

Marco Ramos
Enviado por Marco Ramos em 09/09/2008
Código do texto: T1169715
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.