SOLIDÃO
A vida é muitos cansaços,
Sorrisos de vários palhaços,
Sem fim, sem razão, sem memória.
Lentamente esmorece a alegria
Nos ventos frios do dia a dia,
Num macabro final de história.
Dormitam passado e futuro,
Ocultos em sonhos e escuro,
Em lembranças doridas e medo.
Nostalgias, esp’ranças, mais nada,
Nulidades que a alma anulada
Acalenta em silêncio e segredo.
Nada impede o sonho impossível,
Nada oculta o passado invisível,
Nem a névoa triste das mágoas...
Passa a vida sem mais ilusões,
Mar calmo, sem brisa ou tufões,
Em que só resta a solidão das águas.