QUADRAS DA VIDA
Já se foram tantos anos
Que eu os perdi de conta.
Só sei dizer que os enganos
Deixaram minh’alma tonta.
As primaveras perdidas
Às priscas eras remontam,
Murchas flores que, pendidas,
Nem aos céus não mais apontam.
Aos vendavais se quebraram
As flores da vida primeira,
Como juncos se dobraram
Bem perto da ribanceira.
A amargura escureceu
O sol que n’alma brilhava
E a plantinha, que eu cultivava
Com tanto carinho, morreu.