Sangue e Poesia
-À noite me chama
A debater socos e pontapés,
A socorrer corpos em chamas;
À noite me surpreende,
Com grande imprudência no transito!
Sangue enlatado em frente aos sinais;
Em toda parte se ouve
O som mais tocado,
O grito da sirene;
O que se torna banquete para os funerários
É desespero para os hospitais...
-Sonhos perdidos,
Gente que não vive,
Isso não é vida de gente!
É vida de filho da puta;
A guerra que não conhece a paz,
Pessoas que tiram de nós
Laços que não voltam jamais;
O drama das famílias
Que vivem entre a pobreza e o rastro de bala,
Que viram noticia na manchete de jornais...
-Somos vítimas da crueldade e da impunidade,
Pessoas que fazem da violência
Um palco de sangue e prazer;
Vidas que não respeitam outras vidas
Que tiram de nós o direito de viver...