Caminho que eu mesmo escolhi
Toda essa ausência de mim;
Todo esse desencontro
À esmo
E até mesmo
Sem nada que seja cabível;
Toda essa vontade
De seguir em frente,
Ainda que nada seja claro,
Nem audível,
É parte dessa tocha que arde em mim;
Desse desejo incontrolável
De continuar fazendo exatamente
aquilo que me faz feliz.
E toda a dificuldade,
Na realidade,
Faz parte dos propósitos da conquista.
Que faz com que eu ande
De olhos vendados
Pela estrada que eu mesmo escolhi.
Andaria tantas vezes
Quantas fossem necessárias
E escolheria mil vezes o mesmo caminho
Ainda que não tivesse certeza de nada.
Ainda que, nem de longe, visse uma estrada.
Porque toda essa fé;
Todo esse amor que mora em mim;
É parte de um corpo celeste
Que me faz seguir e seguir.
E, como eu, caminham tantos...
Prefiro andar à pés.
Prefiro andar descalço
Que calçar os sapatos de um novo caminho.
Posto que, na verdade,
Toda essa ausência dentro de mim,
Todo esse desencontro,
E essa eterna incerteza
É parte de um caminho
Que eu mesmo escolhi.
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