Monólogo nº 11
Às vezes não reconheço este lugar
Onde um cavaleiro acena para mim
sem me mostrar seu rosto.
(Será o Quinto Cavaleiro?
Aquele de quem não se suspeita
e as Escrituras não comentam,
e que pode surgir de repente
com horror e silêncio?)
***
Diante de mim há muitas janelas
E às minhas costas um só caminho,
portanto não tive escolha.
Cada uma dessas janelas se abre para um crepúsculo diferente,
Nenhuma para o alvorecer
E a noite que se insinua é longa.
(Não posso ver o abismo:
Ele pulsa em meu peito)
***
Este lugar é um espelho
e o cavaleiro quem sabe sou eu mesmo
dono de um rosto que desconheço.
Serei sua imagem ou ele a minha?
Ele pensa
ou eu penso?
De quem são estas lágrimas?
(Do livro "MONÓLOGOS")