Maldição
Uma criatura
Atormentada pelas centanas de anos
De fomes
Disforme pelas muitas batalhas
Ensandecida pelas mortalhas
Criatura desvivida
Mas viva, mais viva
De dentes afiados e caninos repuxados
Percorre na escuridão
A busca de sangue
Seu formoso vinho
Olhos agudos de sede, de fome
Miséria de uma eterna solidão
Onde nem os mais bravos
Ousam um mero passo
De alcova, um caixão
O pulo apressado
A vítima apavorada
A carne ragasda
O sangue em vão
Um gole rápido
Em afunilado gargalo
De dois furos em pescoço
O corpo pálido
O sangue tomado
Em fome, em sede
De vampiro, de maldição