Num Hausto (I)
"Não compactuo com canalhas", qual Caetano Veloso
gritou justamente, na TV:
respeito a cólera de justa causa,
assim a ira de Cristo no Templo,
ao expulsar vendilhões;
Não suporto centrados no próprios umbigos
que não conhecem os próprios pés.
nem sabe quantos caminhos
existem no Velho Mundo
-e ignoram as necessidades de outros corações.
Tento, todos os dias e horas, a lógica de S.Paulo:
"Direi tudo que souber de bom de um homem".
O que não for bom , melhor calar.
Mas como siz D.Helder Câmara,
quero ser que nem cana(*)...
E há momentos em que abro-me,
qual fruta ao calor do sol,
e mostro sementes.
Possibilidades fascinam-me,
gosto de luz e sombra,e sinto-me bem na penumbra.
Sento-me no colo de Santa Ana,
às vezes, recomendo-lhe os meus amigos.
Não quero loas de falsas pessoas,
Dessas corro, muita vez, em direção
ao meu fiel e sem pedigree cachorro.
Sou poetisa, porque em pequena,
não sabendo o que fazer com a Beleza
desse planeta,passei a escrever versos.
As asas da música tocam-me a alma:Sueli Silva,
Nara Leão,André Rieu, os irmãos Viana-Marcos, a quem não conheço pessoalmente e meu amigo Andersen...
As violas em chorinho,da mineira família Guiga.
Gosto aliás de todas as canções.
Abro a boca de santo espanto, ante a sabedoria popular.
Por isso, comungo no mesmo altar que meu amigo Marco Llobus,
que alinhavou Hus Mano e fez patchwork mineiro.
E danço ciranda com Ricardo Evangelista que ,nos passos
do avô tropeiro expande-se no passado,
no tropeirismo cultural.
Ah, que eu gosto muito das coisas de outrora,
de meu avô Luiz Máximo que me ensinoua fazer trova.
De minha avó Teóphila ,contadora de muitas histórias.
Meu avô paterno ,Manoel era Maestro
-e dele herdo esse nome que amo, Pessoa.
Minha avó Mocinha, pequenina, foi-se aos cem anos.
Não tenho (ainda) cabelos brancos,
dizem que minha bisavó Constancia
tinha a cabeleira aos pés e negros fios
até morrer.
Era uma bela-fera,
mas herdei a tolerância de Theófila Theonila.
Você não aperenta a idade , dizem.
Mas eu sei que a tenho!
VIM AO MUNDO DIZER COISAS
MUITO MAIS DO QUE FAZER,
digo num poemeto.
Mas quanto as faço!
Gosto dos contrastes:
a grande pequenina Leila Miccolis.
Os vivos que já morreram, entre os quais,
Quintana, Yeda Schmalts, Lindolf Bell.
O lótus se abrir na lama.
O horror que vira poema.
ir para a cama...
ficar acordada, para muitas delícias,
entre as quais, escrever poesia.
A finitude das primícias....
Fui casada duas vezes, tenho dois filhos únicos,
um de cada marido,um poeta-jornalista;outro,engenheiro-pescador.
Meus dois poemas concretos:o músico-desenhista
e o massoterapeuta:é muito bom ser mãe deles.
As noras,esmeram-se.Esmero-me em agradá-las.
Ao telefone, ouço Pequena Flor ler sobre Os Comedores de Sonho.
Dessa vez, não viajei de desgosto.
Cristo suportou -se negado três vezes por S.Pedro.
Eu, em dias, o fui quato vezes.
Mas alguma aves trinaram e ofereceram-me alento.
Por isso, gosto muito de Vânia Diniz.
Aqui em Belo Horizonte, Tânia Diniz emerge e faz humor
com seus poemetos singulares.
Em Mariana, meus amigos aldravistas merecem
um buquê de intenções, tão belos são.
Em Goiânia, Masé Soares sofre porque Sheik
tem um problema da pata.
Compartilho, mando conselhos.
Enquanto escrevo, Cindy, cor-de-champagne,
late à espera do dono.
E meu Lucky, que veio preto e ficou prata
da cor da barba de Eduardo, deita-se aos pés da dona
que des/abafa.
Claudio Márcio tem um ouvido produtivo.
Corre em socorro dos amigos que precisam.
Nestes dias , pegou o carro
e veio ouvir minhas queixas.
Mas , em segredo, ouve pessoas em um Pronto Socorro
por telefone-e lhes fala da Vida, para que não morram.
"Alô Vida, Alô Vida".
Bendito amigo.
O escritor é inexplicável.O artista é impaciente.
A jovem causa-me perplexidade.A afiliação é discutível.
Os ausentes estão presentes.Estou sozinha mas não sinto solidão.
Tenho livros a publicar e não tenho editoras.
Para que será que escrevi toda a vida
se quando partir, vou deixar mais papéis na gaveta
que os já lidos?
Para que tanta queixa se a maior delas
tem o tamanho do Cosmos?
Perdi meu pai, minha mãe e pessoas queridas.
O que mais terá importância de igual peso?
Os deuses pesarão meu coração trincado
e que peso encontrarão?
No Vôo final, de garça cheia de graça,
brança e leve,solitária em céu rosado,
vai se acender o sargaço, chama votiva que jamais se acaba,
na alma dos que me querem bem?
Ah, espero que não me esqueçam...
@
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Belo Horizonte,06/09/2008
-E os que ficaram de fora, não se agastem:vou escrever mais...
Clevane
(*)Mas qual afirma D.Helder Câmara,
quero ser-que nem a cana (*):
*)
"Há criaturas como a cana;
mesmo postas na moenda,
esmagadas de todo,
reduzidas a bagaço,
só sabem dar doçura..."
(D. Hélder Câmara)
Referência aos versos do poeta
Parece pretensão?Pelo menos, tento...
Web -arte:mandada há algum tempo, por Masé Soares, de surpresa.
"Não compactuo com canalhas", qual Caetano Veloso
gritou justamente, na TV:
respeito a cólera de justa causa,
assim a ira de Cristo no Templo,
ao expulsar vendilhões;
Não suporto centrados no próprios umbigos
que não conhecem os próprios pés.
nem sabe quantos caminhos
existem no Velho Mundo
-e ignoram as necessidades de outros corações.
Tento, todos os dias e horas, a lógica de S.Paulo:
"Direi tudo que souber de bom de um homem".
O que não for bom , melhor calar.
Mas como siz D.Helder Câmara,
quero ser que nem cana(*)...
E há momentos em que abro-me,
qual fruta ao calor do sol,
e mostro sementes.
Possibilidades fascinam-me,
gosto de luz e sombra,e sinto-me bem na penumbra.
Sento-me no colo de Santa Ana,
às vezes, recomendo-lhe os meus amigos.
Não quero loas de falsas pessoas,
Dessas corro, muita vez, em direção
ao meu fiel e sem pedigree cachorro.
Sou poetisa, porque em pequena,
não sabendo o que fazer com a Beleza
desse planeta,passei a escrever versos.
As asas da música tocam-me a alma:Sueli Silva,
Nara Leão,André Rieu, os irmãos Viana-Marcos, a quem não conheço pessoalmente e meu amigo Andersen...
As violas em chorinho,da mineira família Guiga.
Gosto aliás de todas as canções.
Abro a boca de santo espanto, ante a sabedoria popular.
Por isso, comungo no mesmo altar que meu amigo Marco Llobus,
que alinhavou Hus Mano e fez patchwork mineiro.
E danço ciranda com Ricardo Evangelista que ,nos passos
do avô tropeiro expande-se no passado,
no tropeirismo cultural.
Ah, que eu gosto muito das coisas de outrora,
de meu avô Luiz Máximo que me ensinoua fazer trova.
De minha avó Teóphila ,contadora de muitas histórias.
Meu avô paterno ,Manoel era Maestro
-e dele herdo esse nome que amo, Pessoa.
Minha avó Mocinha, pequenina, foi-se aos cem anos.
Não tenho (ainda) cabelos brancos,
dizem que minha bisavó Constancia
tinha a cabeleira aos pés e negros fios
até morrer.
Era uma bela-fera,
mas herdei a tolerância de Theófila Theonila.
Você não aperenta a idade , dizem.
Mas eu sei que a tenho!
VIM AO MUNDO DIZER COISAS
MUITO MAIS DO QUE FAZER,
digo num poemeto.
Mas quanto as faço!
Gosto dos contrastes:
a grande pequenina Leila Miccolis.
Os vivos que já morreram, entre os quais,
Quintana, Yeda Schmalts, Lindolf Bell.
O lótus se abrir na lama.
O horror que vira poema.
ir para a cama...
ficar acordada, para muitas delícias,
entre as quais, escrever poesia.
A finitude das primícias....
Fui casada duas vezes, tenho dois filhos únicos,
um de cada marido,um poeta-jornalista;outro,engenheiro-pescador.
Meus dois poemas concretos:o músico-desenhista
e o massoterapeuta:é muito bom ser mãe deles.
As noras,esmeram-se.Esmero-me em agradá-las.
Ao telefone, ouço Pequena Flor ler sobre Os Comedores de Sonho.
Dessa vez, não viajei de desgosto.
Cristo suportou -se negado três vezes por S.Pedro.
Eu, em dias, o fui quato vezes.
Mas alguma aves trinaram e ofereceram-me alento.
Por isso, gosto muito de Vânia Diniz.
Aqui em Belo Horizonte, Tânia Diniz emerge e faz humor
com seus poemetos singulares.
Em Mariana, meus amigos aldravistas merecem
um buquê de intenções, tão belos são.
Em Goiânia, Masé Soares sofre porque Sheik
tem um problema da pata.
Compartilho, mando conselhos.
Enquanto escrevo, Cindy, cor-de-champagne,
late à espera do dono.
E meu Lucky, que veio preto e ficou prata
da cor da barba de Eduardo, deita-se aos pés da dona
que des/abafa.
Claudio Márcio tem um ouvido produtivo.
Corre em socorro dos amigos que precisam.
Nestes dias , pegou o carro
e veio ouvir minhas queixas.
Mas , em segredo, ouve pessoas em um Pronto Socorro
por telefone-e lhes fala da Vida, para que não morram.
"Alô Vida, Alô Vida".
Bendito amigo.
O escritor é inexplicável.O artista é impaciente.
A jovem causa-me perplexidade.A afiliação é discutível.
Os ausentes estão presentes.Estou sozinha mas não sinto solidão.
Tenho livros a publicar e não tenho editoras.
Para que será que escrevi toda a vida
se quando partir, vou deixar mais papéis na gaveta
que os já lidos?
Para que tanta queixa se a maior delas
tem o tamanho do Cosmos?
Perdi meu pai, minha mãe e pessoas queridas.
O que mais terá importância de igual peso?
Os deuses pesarão meu coração trincado
e que peso encontrarão?
No Vôo final, de garça cheia de graça,
brança e leve,solitária em céu rosado,
vai se acender o sargaço, chama votiva que jamais se acaba,
na alma dos que me querem bem?
Ah, espero que não me esqueçam...
@
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Belo Horizonte,06/09/2008
-E os que ficaram de fora, não se agastem:vou escrever mais...
Clevane
(*)Mas qual afirma D.Helder Câmara,
quero ser-que nem a cana (*):
*)
"Há criaturas como a cana;
mesmo postas na moenda,
esmagadas de todo,
reduzidas a bagaço,
só sabem dar doçura..."
(D. Hélder Câmara)
Referência aos versos do poeta
Parece pretensão?Pelo menos, tento...
Web -arte:mandada há algum tempo, por Masé Soares, de surpresa.