"O Vizinho"
Seus olhos eram como janelas
Que se abria e espiava as casas, as ruas
E principalmente as vizinhas nuas
Espreitava no sol
De cueca, de binóculo
E através da lua
Ficava sentado, em pé
As vezes no jantar, outras no café
Queria tocar, cheirar
Sentir a carne crua
Sonhava, às vezes fazia covardia
Seu desejo era latente
Ardente
Queria possuí-las
Pois sabia que elas
Não eram suas