As encruzilhadas

As encruzilhadas são caminhos

Onde andam os notívagos,

Os desesperançados

Os desnorteados,

Os impedidos na vida.

E nós, os vagabundos, incompreendiddos,

Espectros humanos, nascidos,

Paridos do nada.

Cruzamos os caminhos

Completamente embriagados

No êxtase frente ao vazio.

Diante do descaso,

Somos restos humanos,

Defuntos e profanos,

Renegados ao abandono.

Somos multidões de famintos

De afeto,

Tentanto cruzar os rios,

Os parados, os mares, os vales.

Vivendo ainda, por teimosia

Mergulhados e renitentes na rebeldia.

As encruzilhadas

São os caminhos

Dos sábios

Que lutam com desespero

Contra a opressão, a situação, a solidão...

As encruzilhadas norteiam os que

Não querem seguir

Pelo caminho já feito,

Refeito, rarefeito, malfeito...

As encruzilhadas

São os caminhos escolhidos

Pelos que têm a coragen de

Divergir, de achar a trilha reta,

Monótona demais.

As encruzilhadas

São caminhos nossos

Divergentes, convergentes,

Comoventes, envolventes.

Lenir Castro
Enviado por Lenir Castro em 05/09/2008
Reeditado em 09/09/2008
Código do texto: T1163728
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