As encruzilhadas
As encruzilhadas são caminhos
Onde andam os notívagos,
Os desesperançados
Os desnorteados,
Os impedidos na vida.
E nós, os vagabundos, incompreendiddos,
Espectros humanos, nascidos,
Paridos do nada.
Cruzamos os caminhos
Completamente embriagados
No êxtase frente ao vazio.
Diante do descaso,
Somos restos humanos,
Defuntos e profanos,
Renegados ao abandono.
Somos multidões de famintos
De afeto,
Tentanto cruzar os rios,
Os parados, os mares, os vales.
Vivendo ainda, por teimosia
Mergulhados e renitentes na rebeldia.
As encruzilhadas
São os caminhos
Dos sábios
Que lutam com desespero
Contra a opressão, a situação, a solidão...
As encruzilhadas norteiam os que
Não querem seguir
Pelo caminho já feito,
Refeito, rarefeito, malfeito...
As encruzilhadas
São os caminhos escolhidos
Pelos que têm a coragen de
Divergir, de achar a trilha reta,
Monótona demais.
As encruzilhadas
São caminhos nossos
Divergentes, convergentes,
Comoventes, envolventes.