MOMENTOS
Flutuo entre momentos
como se incerto dos ocorridos.
Deixo gestos no ar,
mal esboçados,
em arrependimentos,
suspensos pela memória súbita
dos caminhos
sem volta.
Fecho os dias
na palma da mão,
como numa gaiola
feita de dedos.
Viro as noites em
ruídos conhecidos
de papel amassado.
Aos poucos
o dia chega, dourado,
e as palavras brilham
como velhas espadas
em movimentos ritualizados.
O tempo faz-se.
Sempre.