ESPEREI

Esperei a chuva passar.

Os salpicos deixarem os vidros.

As nuvens esquecerem-se do azul celeste.

A terra rejeitar a água farta.

O asfalto cantar freadas, novamente.

Esperei fisicamente, aguardando desfechos.

Esperei com o espírito,

desejando que acontecesse.

Com fé,

crendo que iria acontecer.

Mas tudo mudava sem retorno,

como se a vida recusasse

hesitações.

Acabou acontecendo,

duma outra forma:

- Deixei de esperar.

As palavras tomaram o freio nos dentes.

Inevitável, o sol nasceu.