SEM RUMO
Hoje estou do avesso
ou talvez atravessada
e neste meu descompasso
já meio trocando o passo
vou tomando outro rumo...
e mesmo sem nenhum dinheiro
beberei um ou dois ou três
cálices de vinho
depois...entregarei ao garçon
meu anel...minha pulseira
meus brincos...minhas plumas
e continuarei
bebendo...bebendo
sem canção sem poema sem nada
só...
desejando que o mundo
começasse agora
estou num consciente
estado de alma
em que não posso salvar-me
e nem te salvar-te.
Zilka Jacques