Relicário
Esvaziou as caixas
Organizou tudo no apartamento
Faltava um único prego
Para o quadro antigo na sala
Tudo já posto em seu lugar
Novo lar
Mas havia algo que chegava
A doer nos sapatos
A caixa que mais lhe valia
Estava vazia também
Desejou que o azul voltasse cobrindo os dias
E que a caixa estivesse
Novamente
Repleta daquilo que não morre
Seu relicário de impossibilidades
Tão reais
Quanto à nudez
Da noite que se toca e lambe
Em gesto e carne