Talvez seja hora de voltar à estrada
A inquietude que tenho,
apertada no peito
me deixa assim, sem jeito
com essa sensação de fracasso,
de fazer o que não devia ter feito.
De nunca estar satisfeito
com aquilo que faço.
Quantas mentiras me foram verdade?
Já nem sei no que me transformei,
me mudei, de cidade em cidade
e o que sou, ainda não sei.
Procurando o que nunca encontrei
quase nada também conquistei,
Quantas verdades jurei serem falsas?
tantas mentiras que eu condenei,
e que nunca aceitei,
se tornaram verdades
pelas quais eu lutei.
Ah, essa inquietude da alma
inimiga, amiga
sempre arruma uma briga
que não consegue ganhar.
Talvez seja hora
de voltar à estrada,
com a mala rasgada,
mas de alma lavada
de quem sabe que enfim
é seu jeito de ser,
e não poderia viver
se não fosse assim.