Onde Está o Meu Questionamento?

Onde está o meu questionamento?

Onde foi parar todo o poço cheio de verdade?

Cravejado de brilhantes da juventude,

cheio de solicitude de ontem e antes,

onde foi parar?

Toda a inconstância, onde está?

Toda a inquietude de querer saber

como será e depois de amanhã,

quem saberá?

Quem terá as chaves que abrem

a caixa-preta de toda sinceridade?

Toda lealdade,

de tudo posto na mesa, doa a quem doer,

onde se escondeu tua palavra,

tua cara, tua alma?

Quem abrigou o tudo e o nada?

onde estão a derrota e a vitória?

Onde foi parar o meu sorriso,

revolvido de amores e emoções d'alma?

Onde estão teus sentimentos, teus sentidos,

teus intentos?

Onde se abrigou a hora em que dizias

até logo, até breve?

Onde está quem leve a bandeira da idade,

que não se importa com a perda e a espera?

Onde estão os olhares cheios de piedade?

Coisas sinceras que aconteciam até então,

onde estão?

Sumiram suas lembranças,

com os adeuses aninhados de esperança,

com os joelhos ralados da infância,

com as dores da juvenil inconstância...

Onde estão as punições

por não me olhares com olhos de amor?

Ficaram perdidas no tempo

e no gesto que o adeus concedeu.

Ficaram subentendidas

no limiar e instante da tua partida...

Ficaram escondidas na espera do momento

oportuno...

Uno?

Sandra Vaz de Faria
Enviado por Sandra Vaz de Faria em 04/09/2008
Código do texto: T1161444
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