À Beira da Estrada
Lanço um olhar para o nada
E fico a me perguntar
Onde foi que me perdi.
Terá sido no começo ou no meio
Da estrada da vida
Ou então no pensamento que tenho
Sobre mim mesma, bem forte assim?
Vejo o escuro e sinto que a solidão
Vem se arrastando, pesada,
Ao encontro de corpos
Que, como o meu,
Estão à beira da estrada,
Aguardando um meio de transporte que os levem
Ao paraíso dos amores e dos sonhos
Da decência e da verdade plena,
Da amizade sincera e tão serena.
Corpos que, como o meu,
estão separados, vistos de longe,
Na mais estranha sensação de abandono...
Gláucia Ribeiro (3/9/2008)