CYBER

CYBER

Lílian Maial

Cenário perfeito,

guarda-roupa impecável,

cores metálicas,

música incidental,

movimentos decompostos,

máquinas previsíveis,

programadas,

insensíveis,

a serviço do homem,

como o próprio homem.

E, num instante de distração,

um cenografista histérico

enxuga uma gota de óleo,

que brota da máquina muda,

no momento em que todas as luzes

se apagaram,

num belíssimo,

tórrido,

inesperado,

avassalador,

incontestável

longo-circuito...

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