Poesias de Bolso 88 ( Paleopoeta )

Nunca sei como escrevo

Ou para quem destino os meus versos

Sou poeta das minhas ruínas

As mais abissais e absurdas

Todas surdas pelo tempo soterradas

Que clamam em meus ouvidos de tuberculoso

E choram o osso do esqueleto perdido.

( Também a vida não perde seu ar de banquete

Apesar de tantas serem as fomes... )

Meus versos ficam assim

Oscilando entre o improvável e o imprevisto.

Guardam, é imperioso que guardem

A ranhura bruta da pedra lascada

Nas mãos libertas do poeta paleolítico.

Aldo Guerra
Enviado por Aldo Guerra em 02/09/2008
Código do texto: T1158127