Poesias de Bolso 88 ( Paleopoeta )
Nunca sei como escrevo
Ou para quem destino os meus versos
Sou poeta das minhas ruínas
As mais abissais e absurdas
Todas surdas pelo tempo soterradas
Que clamam em meus ouvidos de tuberculoso
E choram o osso do esqueleto perdido.
( Também a vida não perde seu ar de banquete
Apesar de tantas serem as fomes... )
Meus versos ficam assim
Oscilando entre o improvável e o imprevisto.
Guardam, é imperioso que guardem
A ranhura bruta da pedra lascada
Nas mãos libertas do poeta paleolítico.