QUESTIONANDO
É preciso frieza
O país atravessa
Um social corroído, corrompido.
Deste relacionamento confuso
Diz o dito popular:
“É beco – sem – saída”.
Outro Labirinto de Creta?
Ressuscitamos o Minotauro?
Precisamos de um Teseu
Para decifrar o enigma?
A tudo questionamos.
Um menor carente,
Rotulado adolescente,
Num movimentado cruzamento
Tenta vender balas, doces,
Entre outros objetos.
Naquele momento sentimos
Um misto de medo e piedade.
Surge pânico camuflado.
Ficamos atônitos.
O Id em conflito;
O inconsciente nos indaga:
Por anda a família?
O Superego censura, questiona.
O Ego a tudo assiste.
Explicações...
Só as de Freud!...
Por instante refletimos...
A imagem da mãe
Que por acidente ou descuido
Ou num gesto, irrefletido de amor
O colocou num mundo
Para transformá-lo em herói
Um salvador da pátria,
Ou num simples objeto humano
Desprezível na óptica popular.
É doloroso demais
Ouvir-se a tão almejada
E “querida” justiça social
Trampolim de acesso de gente
Nos instantes “preciosos” da gente.
De repente ficamos em dúvidas
Quanto ao significado das coisas:
Seriedade é sinônimo de honestidade?
O problema persiste e as palavras
São largadas ao vento,
Sem direcionamento, desgastadas...
Melancolicamente enfraquecidas...
Não é melhor deixarmos
(“defuntos adormecidos”)
Polêmicas passadas
Há tempos esquecidas
Estimuladas em ocasiões oportunas
E enfrentarmos o problema
Sem recorremos à Creta,
À psicanálise freudiana...
Paradigma a mitologia nos deu
Pois este a solução encontrou.
O que se precisa fazer
Para sair do “labirinto cretino”?
Basta encontrar um herói;
Quem sabe?
Um “Teseu” à brasileira...
Ano 2001
(Livro: REVERBERAÇÕES – All Print Editores, 2001, SP.)